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Mostrando postagens de agosto, 2017

vin'Olhar

Pausa. Aceito a companhia de uma taça de vinho Te recebo numa visita imaginada O sabor antes de ser o torpor, me vasculha e te traz E o desejo desperta. O vinho convida o desejo para dançar, para ser Senti-lo Sou convidada a te sentir como um torpor que traz à consciência, a ciência dos sentidos Te sinto sem nem sabê-lo Não sei de suas texturas Não sei de sua temperatura Não sei do seu sabor Não sei de si De si, imagino sua textura em pelo...minha pele De si te crio e recrio em possibilidades de encontro Pode um corpo ter a certeza de um desejo, sem sabê-lo quando e como saciar? Tomo o último gole e te engulo. Sinto se'de ser com você.

fome

Vou te escreviver em desejo, enquanto espero sentir o gosto do seu beijo: Me vejo, aqueço sempre que te penso imaginando sua voz-pelo em minha pele tateando meu corpo como quem caminha na escuridão Te crio num encontro noturno que na madrugada me adentra nesse deleitar de corpos deitados que se entrelaçam Agora te vejo, diante de mim, meus olhos te despem  minhas mãos me-te sentem minha boca aquece, ainda busco imaginar o seu gosto minhas mãos caminham e abrem os caminhos entreabro-me para sentir es'seu desejo meu tateio e entre os dedos te crio coração dispara ofegante dese'jante-me te desejar, me dá fome

Melodia

hoje eu acordei... quantas vezes a melodia não embalou os meus sábados: eu pequenina, ouvindo aquela voz de trombone, o violão bem tocado e a voz dos que me geraram cantando, o cotidiano de uma casa simples sendo desenhando por suaves e negras melodias. Foi assim por muitos anos... 32 anos depois, sigo esse rito afetivo: melodia na companhia cotidiana... hoje eu acordei... bem pra lá do que pra cá quantas vezes a conquista da independência me levou a assistir e ouvir de perto a voz-blues... eu ja não mais pequenina, cantando em coro, chorando e seguindo sua melodia como se ela pudesse me guiar até uma memória familiar... hoje eu acordei... pérola negra meus olhos desaguam e pensam no sonho não realizado. Nos conhecemos sem nos saber. não questiono o tempo, os caminhos e as viagens que a nossa alma faz... eu que fico, sigo e seguirei me guiando por sua suave e voraz melodia me emperolando nesse mar que canta aos meus ouvidos hoje eu acordei... em negra melodia