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Mostrando postagens de novembro, 2011

ondeus

e me perguntaram: "onde está o índio em você?"
 silenciei, observei, guardei, tracejei
sangue-mar,  nas entranhas
 e eu te pergunto: ONDE ESTÁ O ÍNDIO EM VOCÊ?
 não dá pra se omitir diante de atos desumanos 
compartilhar é um jeito de IN-formar... dar forma ao que está dentro da gente no in-terior anterior ao existir sendo imagem e reflexão da criação criar-ação
o fim chega balançando-gingando, convidando o início para dançar
só sei rimar amor e cor... compor com corpo
descobri o que estava coberto encoberto desperto como imagens que feitas de areias,  vejo o dissolver do que pensei ser história sim, você fica escrito na memória deserto de mim pó de mim posso com a natureza das coisas? trans-formando como se fossem corpos d'água vejo o tempo navegar levar... no livro-vida meu caminho os rastros deixados semeados um futuro a lapidar convidada a olhar para trás quebra-cabeça de mim des-re-construç˜ões de mim histórias-gentes argilas sim, há vida aqui: corpo-eu sendo escrita

ensaio X - Re(n)cont(r)ar

Eram 16h30, de uma terça-feira, quando Ela-eu entrou o saguão do hotel suntuoso. Nervosa, ansiosa e temerosa, Ela-eu trazia na bolsa: gravador, livros e um caderno com o roteiro do que precisava ser dito. Sentada no hall de espera, Ela-eu folheava o caderno e fazia anotações, não queria esquecer nada. Lembrava das aulas de técnicas jornalísticas, dos manuais de entrevistas. Regra número um: deixe o entrevistado a vontade. Sua mão formigava diante de tal regra, se perguntava como faria tal proeza. Regra número dois: não interrompa a fala da sua personagem... Ela-eu já havia estado no palco, sabia que o momento certo para falar era “nas deixas”, seus pensamentos se atropelavam, desajeitada Ela-eu escrevia com letras miúdas no caderno para ganhar tempo. Passaram dez minutos, até que a porta do saguão voltasse a abrir e Ela-eu se visse diante da sua personagem, ou melhor, do autor das personagens-vozes que ecoavam nos seus-meus livros de cabeceira. Ela-eu levanta-se, sem ter um espel
meu peito pulsa fios te invento em histórias rabiscos e curvas linhas que se desentortam em busca de corpos um corpo-toque caminhante palavras, pontos e sorriso me percebendo-te

ós

compreendendo a familiaridade dos corpos do tempo dos sentidos do despertar

ao vento

e sendo amor, sendo amanheço, balanceio sendo, amor, sendo compreendo aprendo retendo tendo continuo sendo florescendo voo à profundidade com suavidade apriendendo que o comportamento é o momento de afinação com a composição cântaros, quânticos treino orquestramento do movimento silêncio em si-re-lendo nascendo-morrendo crescendo-sendo voo reaprendendo me re-tendo tendo-re nascendo, tecendo o caminho de continuar sendo um ponto de expansão percepção conexão no verso-reverso integrando o inverso o verso de dentro entro atravesso a fronteira caminhos de areia sereando re-adequando lavrando, semeando com atenção retirando a ilusão de não cair em tentação com a ação que tenta busco a essência da ciência com conciência no tempo, contemplo a renascença de re-significar ficar, retificar firmar, iluminar com a licença para se apresentar de se presentificar aprendendo a amar só ficar
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