espaço de cartas, dedicadas aos que vieram antes de mim, do além de mim...daqueles que gestaram as palavras e compuseram as melodias do meu trilhar, nasci.
Das reticências diárias crio a dança, saio a procura do tempo a ser descrito a cada momento vivo que se faz antigo...
Fez um ano que o meu corpo encontrou com o seu pela primeira vez. Lembro do dia ensolarado, eu de cabelos lavados e o pensamento certo de que a minha história se juntaria a sua naquela tarde. O seu cheiro, a sua espera e o encontro com o seu olhar leve, seu sorriso e uma timidez que me encantavam. Eu pensava "me beija". Seguimos. Debaixo da árvore, nada fazia sentido se não fosse passar o restante do dia ao seu lado. Mais uma vez, fui ao seu encontro certa de que meu corpo queria se encontrar com o seu. Nos encontramos. Leve fiquei e senti sua mão encostar na minha nuca e o seu corpo envolvendo o meu. Te amei desde o primeiro instante. Te amo como se fosse o primeiro instante. O amor se renova na lembrança dos instantes desse encontro que me fez atravessar as pontes e as minhas marés internas para saber te a-mar. Eu sabia que você chegaria.
Pausa. Aceito a companhia de uma taça de vinho Te recebo numa visita imaginada O sabor antes de ser o torpor, me vasculha e te traz E o desejo desperta. O vinho convida o desejo para dançar, para ser Senti-lo Sou convidada a te sentir como um torpor que traz à consciência, a ciência dos sentidos Te sinto sem nem sabê-lo Não sei de suas texturas Não sei de sua temperatura Não sei do seu sabor Não sei de si De si, imagino sua textura em pelo...minha pele De si te crio e recrio em possibilidades de encontro Pode um corpo ter a certeza de um desejo, sem sabê-lo quando e como saciar? Tomo o último gole e te engulo. Sinto se'de ser com você.
Comentários
tem Samba aqui nega, ô se tem.
parabéns!