escrevedora

dedico este escrito àquela que para mim escreve, 
nas páginas das cadernetas, no holograma, nos campos-corpos da ideia
eu não te-me re-conheço,  eu te-me des-conheço
quantos são os traços que trafegam no meu-seu emaranhado de ideias?
re-vela-me para juntas morrermos-nascermos a cada folha des-cartada
presenti-fica-se quiser, querendo, sendo crescendo e amadurecendo
os frutos-luscofusco de nosso sons-palavras
eu dedidlho e vou percorrendo os caminhos
em busca de-te encontrar mais e mais
sem querer parar, a vida olho de furacão me desafia
sem saber como continuar, os des-caminhos me levam
para o interior, meu-seu céu-inferno, mergulhamos
eu-te escrevo ja encontrando, ja saindo, entrando
contando as histórias, revendo os tecidos que me vestem
você-eu onda
ponta de dedos
ponta de lápis
folha, página em branco
eu-você apenas: um traço-fonema de ideia

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