espaço de cartas, dedicadas aos que vieram antes de mim, do além de mim...daqueles que gestaram as palavras e compuseram as melodias do meu trilhar, nasci.
Das reticências diárias crio a dança, saio a procura do tempo a ser descrito a cada momento vivo que se faz antigo...
cêr
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penso que permancer é um jeito de mudar
por isso sempre estou
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"o amor é esquivadiço. A gente lhe monta casa, ele nasce no quintal" fala do velho Tuahir, em Terra Sonâmbula (Mia Couto).
Pausa. Aceito a companhia de uma taça de vinho Te recebo numa visita imaginada O sabor antes de ser o torpor, me vasculha e te traz E o desejo desperta. O vinho convida o desejo para dançar, para ser Senti-lo Sou convidada a te sentir como um torpor que traz à consciência, a ciência dos sentidos Te sinto sem nem sabê-lo Não sei de suas texturas Não sei de sua temperatura Não sei do seu sabor Não sei de si De si, imagino sua textura em pelo...minha pele De si te crio e recrio em possibilidades de encontro Pode um corpo ter a certeza de um desejo, sem sabê-lo quando e como saciar? Tomo o último gole e te engulo. Sinto se'de ser com você.
a luz sai e dispara coloca em movimento o não-vida estraçalha, quebra, rompe transforma deforma dê-forma a mim, a sombra o meu silêncio cortante e seco saudade de algo que ainda não fui vontade de partir e não voltar à cidade cinzenta de poesias concretas olho o horizonte e vejo o azul fecho os olhos e acompanho o cantar do vento, dos pássaros, observo as floes e as nuvens elas ganham forma encenam o gracejo o ruído do pássaro mecânico quebra a harmonia respiro expiro e inspiro o calor os átomos que sem se dividir criam hiatos dentro de mim ja não lembro que fui e não compreendo o que estou
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