ensaio [quarto] para felicidade

Prezado leitor, não se espante com texto a seguir. Saiba que cansado de delongas impressionistas e inefáveis, buscarei nesta criação a síntese, a objetividade típica dos textos para leitores das grandes cidades, sem fugir das origens. Contudo, devo admitir que mais uma vez o tema proposto é de caráter existencial... Então, só me resta discorrer sobre a o direito e a busca à felicidade.

Um homem sai de sua casa e lê numa placa: o que é felicidade? Um ovo, a origem. Do latim felicis, fértil, frutuoso, fecundo, propício, favorável, alegre. Tema de muitos poemas, canções e obra de arte, o homem desde o primeiro pensamento crítico parte em busca de tal sentimento. Nas vias urbanas um homem caminha por passarelas estreitas. Ele observa a rotina da vida.

Sentado e estático distante da interação com o mundo exterior, seu pensamentos divagam em busca de uma resposta. No rádio o poeta boêmio evoca nos acorde de violão a explicação: a felicidade é como a gota, de orvalho numa pétala de flor brilha tranquila, depois de leve oscila, e cai como uma lágrima de amor. No noticiário a apresentadora impassível anuncia a manifestação de homens que buscam a felicidade.

O que querem: garantir a felicidade como um direito civil, dever do estado. Preste atenção caro leitor, escrevo estado em grafia minúsculas, para que compreenda a condição minimalista das lutas sociais. Desde a Grécia, filósofos defendem o direito da felicidade, ao prazer. Aonde mora o seu prazer, caro homem, filho da modernidade? Ele, parado frente ao movimento bebe mais um gole do líquido fermentado com aparência urinária.

Arrebatado pela sinapse, caminha lado a lado num muro colorido, as pinturas geometrizadas se confundem ao estado d’alma, nas letras estilizadas ele lê: liberdade, amizade e contemplação. Contemplar, ação de criar o templo interior. Béééénnnn! O farol alto, cega-o. Chegou ao fim do túnel, à luz do divino? Será o fim? Ele segue a caminhada, com seu copo embriagante nas mãos.

Bem meu cúmplice-leitor, creio que a jornada pela felicidade num estilo urbano e sucinto não combine com o desafio da jornada. Neste momento seu corpo deve apresentar pequenos sinais de desconforto. Respire e siga para o próximo texto.


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